desfile

Como o coronavírus está afetando a moda (e o que você tem a ver com isso)?

O coronavírus é um vírus de forte propagação que se espalhou rapidamente na China, iniciando em Wuhan (capital da China Central) e, cerca de um mês e meio depois, chegou em outros locais do mundo. Os países europeus mais afetados neste momento, Itália, França (e mais recentemente a Espanha), são também palco para grandes eventos de moda, como o Paris Fashion Week e a Semana de Moda em Milão. Devido à pandemia, esses e outros eventos foram fortemente afetados.

Fonte da Imagem: FFW / Reprodução

A Semana de Moda em Milão teve desfiles esvaziados, já outros cancelados devido ao risco de exposição ao coronavírus. Segundo a jornalista de moda Lilian Pacce, em torno de 40% do público comprador das marcas apresentadas nas Fashion Weeks e também do mercado de luxo são exatamente os asiáticos. Além dessa ausência do público oriental, muitos jornalistas e participantes da imprensa não compareceram os eventos.

Mas não foram apenas esses dois países que cancelaram alguns dos desfiles, o circuito de moda que ocorre no primeiro semestre foi prejudicado em cadeia. Incluindo também o São Paulo Fashion Week, maior evento de moda do Brasil, que foi cancelado antes mesmo do seu início.

“Em função da nova classificação de pandemia do coronavírus (COVID-19), o São Paulo Fashion Week comunica o cancelamento dos desfiles previstos de 24 a 28 de abril. Diante do cenário atípico e visando preservar a saúde e bem estar de todos, a programação do Festival SPFW+ e a conferência internacional anunciada para o dia 27 de abril serão replanejadas. A temporada SPFW N50, celebrando os 25 anos do São Paulo Fashion Week, está mantida entre os dias 16 e 20 de outubro.”, comunicou a assessoria do evento.

Que impacto isso tem na moda em geral?

Desde a forma de se apresentar numa Semana de Moda à cadeia de produção das roupas em geral. Algumas marcas que iniciariam nos desfiles mais importantes de moda tiveram que adiar sua estreia ou mesmo adaptar seus desfiles, como foi o caso da estilista Yuhan Wang, que vive Londres, ma nasceu em Weihai, na China. Parte do seu desfile teve de ser refeito, haja vista que as fábricas do seu país natal fecharam.

Grande parte das produções da alta costura e de lojas muito populares (inclusive as que você usa) são provenientes de fábricas chinesas. A Ralph Lauren, por exemplo, fechou parte de suas lojas chinesas e anunciou um declínio esperado de US$55 milhões a US$70 milhões em suas vendas no país.

Imagem: (AFP/Andreas Solaro)

Por outro lado, temos o se reinventar: o estilista Giorgio Armani fez uma adaptação do seu desfile a portas fechadas. O momento foi realizado, mas sem convidados, e tudo foi transmitido por videoconferência. O streaming, inclusive, está sendo um ponto alto para a economia em geral, especialmente para a moda. Além de Armani, o Youtube já havia anunciado a transmissão de 20 desfiles que passariam por Nova York, Londres, Milão e Paris.

O que isso tem a ver com a minha vida?

Muito! Você pode até não ser o público que consome Dior, Chanel ou Armani. Ou sequer ter ouvido falar nessas marcas. Mas são elas que ditam, em boa parte, as cadeias de produção de outras marcas mais acessíveis e, especialmente, as fast-fashion (lojas de departamento). Inclusive, além da influência no processo criativo, a produção de roupas para lojas como Zara, H&M ou revendedoras como Centauro também passa por fábricas que estão localizadas na China.

A moda consciente agora se torna mais relevante durante este período. Afinal, comprar de um pequeno produtor da sua cidade, do qual você conhece os processos e as cadeias de produção, além de ser mais fácil, é também mais confiável. Esse também é um ponto muito importante para não quebrar a economia local: se as gigantes que garante milhões somente na China passarão por graves problemas financeiros, imagine os pequenos produtores que precisam de público para se estabelecer?

Assim como aconteceu com os desfiles, o comércio online também ganhou força. Enquanto somos orientados a evitar locais públicos e aglomerações, o que inclui visita a lojas físicas, podemos passar horas conhecendo melhor os produtos disponíveis de forma online – seja por um robusto e-commerce ou pelo instagram de uma marca local. Mais um ponto para o produtor local: disponibilizando a venda online, é mais fácil garantir minha compra de quem pode andar poucos quilômetros para me entregar um produto do que esperar pelos Correios (que provavelmente passarão por problemas na logística).

Imagem: FFW / Reprodução

O importante é aproveitar os questionamentos positivos que o Coronavírus nos traz:

– Preciso mesmo parar de consumir porque aconteceu uma pandemia iniciada do outro lado do mundo?
– Como posso participar mais da compras locais, garantindo produtos confiáveis e ajudando a economia local?
– Como as marcas podem se modernizar e aproveitar o momento “home-office” para re-estruturar seus processos de produção e de entrega?

Como posso me prevenir do coronavírus (COVID-19)?

Depois de refletirmos sobre toda essa cadeia produtiva que está do outro lado do mundo, mas nos afeta diretamente, é hora de pensar também em como podemos nos proteger do Coronavírus. Veja algumas medidas fundamentais na prevenção:

1. Busque informações somente de fontes oficiais e seguras. Recomendo se informar diretamente no site do Governo do Estado do Ceará: www.saude.ce.gov.br.

2. Lave com frequência as mãos, antebraços e rosto com água e sabão. Fiquem atentos à lavagem correta das mãos, respeitando o tempo de, pelo menos, 20 segundos. Evitar levar as mãos ao rosto, aos olhos e à boca.

3. Tenha em mãos álcool em gel 70% e o utilize após o contato com objetos de locais públicos. Use-o também para higienizar superfícies, como mesa de trabalho, maçanetas, celulares, computadores e acessórios.

4. Ao tossir e espirrar, se proteger com lenço de papel ou com braço, elevando o cotovelo para cobrir a boca. Assim, evita-se que as gotículas atinjam outras pessoas ou superfícies.

5. Ao sinal de sintomas de gripe e resfriado, fique em casa e evite contato com outras pessoas, especialmente as do grupo de risco. Se teve contato com estrangeiros ou fez uma viagem recente, respeite o tempo de quarentena de 7 dias até identificar possíveis sintomas.

6. Não propague o pânico: evite compartilhar informações de fontes não confiáveis. Utilize apenas as fontes oficiais.

7. Não compre materiais cirúrgicos sem necessidade: luvas e máscaras devem ser destinadas a profissionais da saúde e para quem já está com sintomas.

8. Vá ao pronto-socorro somente em casos de urgência, evitando a superlotação sem necessidade. Se você fez viagens recentes ao exterior, teve contato com possíveis vetores de transmissão e apresenta os sintomas, informe aos telefones oficiais imediatamente.

Jornalista por formação e publicitária por profissão. Gosto de músicas, coisas asiáticas, gastronomia, beleza e comportamento. Passo as horas de folga atualizando as inscrições do youtube ou cozinhando guloseimas.
Post criado 378

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts Relacionados

Comece a digitar sua pesquisa acima e pressione Enter para pesquisar. Pressione ESC para cancelar.

De volta ao topo